30 de junho de 2009

Modo de usar:

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor, mas sempre querendo dormir um pouquinho mais. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não seja preconceituoso, não perca tempo cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre por que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?) Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão elegantemente... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Goste da vida doméstica e dos agitos noturnos, mas seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas e muitas vezes. Me enlouqueça uma vez por mês, mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca... Goste de muita música. Goste de um esporte não muito banal. Deixe eu dirigir a sua moto, aquela que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto. Tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos... Me faça massagem nas costas. Beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Mas se nada disso tudo funcionar...experimente me amar.


Um comentário:

Sayuri disse...

"(...) gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço."
Eu adoro pescoço!

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THUANE! Foi você quem escreveu este texto? MENINË ele é maravilhoso, tira o ar, OMG o que eu posso comentar? Eu simplesmente adorei e sei lá o que eu posso fazer para elevar esse texto aos céus e elegê-lo o texto sagrado das relações humanas! TO BOBA!